Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
Eu amo o meu quarto. E não falo isso porque o acho bonito, ou confortável — na verdade ele está precisando de uma boa mão de tinta. Falo isso porque eu amo o que eu posso ser no meu quarto, o que eu posso falar ou ouvir nele e principalmente quem eu posso encontrar nele. Toda vez que eu entro no meu quarto eu sinto que todo peso e responsabilidades ficaram do lado de fora e eu posso praticar a boa e velha procrastinação.
Já faz alguns dias em que tenho repetido a mim mesma a seguinte frase: o meu quarto é o melhor lugar do mundo. Então quando eu me deito, eu me sinto grata por isso, quando eu oro, também. Quando eu acordo é a mesma coisa e cada hora do dia não tem sido diferente. Acontece que depois de tantas repetições eu senti medo de estar me fechando, me isolando e criando uma utopia na minha cabeça protagonizando o meu quarto. Mas não. Eu experimentei o que é solitude. Experimentei o que de fato é o lugar secreto.
Jesus não tinha um quarto, mas toda vez em que ele se retirava para orar sozinho, ele estava no lugar secreto e a ideia do meu mestre sentir o mesmo que eu sinto me deixa muito mais próxima dele. O lugar secreto é um estado de relação íntima do filho com o Pai, onde o oculto é revelado e as estratégias são passadas; tanto que posso tranquilamente comparar com a base de uma operação de guerra onde os soldados se reúnem para saber o que devem fazer.
Em muitos dos meus momentos no meu quarto, eu tive lampejos de situações que nunca aconteceram. Eu vi coisas impossíveis de serem concretizadas, eu senti angústia ao orar por pessoas felizes, senti que deveria me afastar de x pessoas e que outras x entrariam na minha vida. Eu senti que tinha que tomar cuidado e em outras vezes senti que tinha que me jogar de cabeça. Também senti que não tinha que ter medo e em momentos de humilhação, eu senti que em mim estava sendo produzido um tempo honra. Eu vi e senti coisas que pareciam loucura e diante delas eu sempre pensei: deve ser coisa da minha cabeça.
Mas não era e nunca é. As coisas que são mostradas no lugar secreto devem ser levadas com extrema seriedade. E quando eu digo lugar secreto, eu citei o meu quarto, porque é um lugar onde eu posso manifestá-lo com maior propriedade, no entanto, o lugar secreto somos nós exatamente porque o Reino é manifesto em pessoas e não em lugares. Tem uma música incrível que fala a respeito disso e eu vou deixá-la linkada à letra, que diz assim:
Então, eu compreendo que este momento de profunda intimidade com Deus, onde tudo acontece de repente, porque a presença dele já é real e constante, produz um fruto de conhecimento — pois é fato que todo aquele que busca, recebe o entendimento de coisas grandes e insondáveis que antes não conhecia. E as coisas que são mostradas no lugar secreto devem ser levadas com extrema seriedade, porque elas não são dadas a qualquer pessoa. Jesus escolhe a dedo os homens em que ele confia e eles se parecem muito com aqueles que largam tudo para ouvir a sua voz.
Eu tenho lutado bastante contra a incredulidade, tenho brigado com meus olhos, pois eles não podem viver olhando para o chão. Há algo maior. E se eu ignorar aquilo que o meu Senhor diz no secreto, é como se eu rasgasse o mapa que me leva ao tesouro e nesta circunstância foi que eu ouvi as palavras que ecoaram dentro de mim: não é coisa da sua cabeça.
Diariamente Deus nos dá presentes, sendo eles sinais, encorajamentos, revelações e visões. E o que nós fazemos com essas informações? O quão úteis elas tem sido para nós? Eu imagino que se um dia alguém me desse uma informação de como salvar a situação econômica do mundo e de quebra trazer a paz mundial, eu não saberia o que fazer com isso, então provavelmente continuaríamos pobres e em guerra. O que eu quero dizer com isso é que Deus mostra a coisa certa à pessoa certa. Ele envia o problema certo, para a pessoa certa resolver. Ele envia alguém necessitado, para a pessoa certa ajudar. Alguém machucado, para a pessoa certa curar.
Uma coisa eu aprendi e sempre vou pregar: a contradição é o maior sinal da promessa. Sempre que você sentir que algo vai acontecer de tal maneira, as circunstâncias vão caminhar para o outro lado e isso é o que torna tudo mais emocionalmente. Você sabe qual é o final da história! E para encerrar, quero dizer que tenho aprendido a usar o lugar secreto a meu favor, parado de duvidar e exercitado a fé, que é de Deus e é dom. Sem fé é impossível agradar àquele que tudo pode e não faz nada sem antes avisar os seus escolhidos que o encontram naquele lugar de sempre.
O secreto.
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