Chegou-se a Simão Pedro, que lhe disse: "Senhor, vais lavar os meus pés?"
Respondeu Jesus: "Você não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá".
Eu amo ser ensinada por Jesus, é sempre especial quando ele tira um tempo do seu dia tão atarefado para abrir meus olhos para alguma coisa. Parece aquela cena onde alguém está bem atrapalhado com algo e você dá um suspiro e vai ajudar. E Jesus ama ajudar.
Tenho ansiado dia após dia ter o sentimento que houve no meu Senhor, esse desejo pela unidade, a disposição, a humildade e principalmente, o amor. Ser uma cópia dele nunca fez tanto sentido para mim, ser um real discípulo, se dispor como mártir e fazer com que a minha permanência tornasse a permanência de Cristo em mim, fazem parte desse processo.
O pai das luzes sentou comigo nos últimos dias e me deu o dom da fé, da dependência, do aprendizado e ele começou pelas duas lições básicas: amar a ele e amar o próximo. Mas quem é o meu próximo? Perguntaram a ele e eu também perguntei. Mesmo com alguma intimidade com Deus, nós, ministros do evangelho, ainda nos surpreendemos quando descobrimos que os olhos do Criador não estão em nós. Estão no ferido, angustiado, pobre, aflito, cego e nu. E são nesses que nossos olhos devem estar voltados.
Jesus não vem buscar várias noivas, ele vem buscar uma. Ele vem buscar a unidade, um corpo. E quando eu penso a respeito disso, sempre vem na minha cabeça coisas que já ouvi muitas vezes de algumas pessoas sobre outras: fulano é lindo de rosto!. O corpo de Cristo é lindo de rosto, porque ele é o cabeça, mas nos seus membros encontramos algumas deformações e isso se deve ao fato de que uma mão trata a outra como o levita e o sacerdote trataram aquele homem que vinha de jerusalém. Sequer conhecem o bom samaritano.
A oração do Pai Nosso não é no plural por acaso. Quando eu oro costumo dizer "nós cantamos para te agradar, Jesus" e por muito tempo me policiei colocando no singular, assim como sempre acabo dizendo "é o que nós te pedimos, Senhor" e ele, pacientemente, me explicou que não era errado o que eu estava fazendo. Eu estava falando em nome do corpo, porque é assim que ele nos enxerga. Como um. Entendo que quando uma maldição vem, ela vem para um povo e o mesmo acontece com a benção. A salvação é individual, mas somos ramos enxertados em uma videira e sem Jesus não podemos fazer nada. Observando os galhos de uma árvore, notei que um está ligado ao outro, um nasce do outro e eles não podem se separar.
Isso me leva à visão que tive neste último sábado. Eu acho incrível o momento em que damos as mãos durante o culto, penso que este é um momento muito parecido com o que Jesus quer que sejamos. E em um momento como esses, pude contemplar os meus irmãos como galhos ligados uns aos outros e essa união produzia frutos espetaculares. Eu vi o corpo de Cristo frutificando e florescendo. As cores que eu vi, certamente não posso explicar, porque não seria o suficiente. Eu vi o fruto de ser um, eu amei os meus irmãos e isso me trouxe para mais perto do pai. Mas ele queria me ensinar mais.
Resgatei alguns filhotes de gato recentemente e fiz dessa experiência um encontro sobrenatural com Deus. Eu presenciei o abandono, então eu resgatei. Depois eu vi que eles não queriam sair da caixa que estavam, porque tinham medo, então eu os ensinei a andar e os chamei para a liberdade. Descobri que apesar de livres não sabiam comer sozinhos, então eu tive paciência, porque era tempo de tomar leite. Então chegou o tempo de enviá-los e eu sabia que eles tinham medo, não iriam se adaptar no começo, mas que no fim daria certo.
Mas eu ainda não tinha entendido. Então, encontrei um filhote no meio do lixo. Sozinho, com fome, os olhos sujos, fechados; iria morrer ali. Eu tinha que fazer alguma coisa, mesmo que não recebesse muito apoio com isso. Portanto, como Pedro, eu não entendi naquele momento. Nós fomos resgatados das trevas para a maravilhosa luz e, como luz, não podemos nos esconder debaixo de uma mesa. A luz deve iluminar todo o ambiente.
Como sal, temos perdido a nossa função de salgar e como luz temos perdido a função de iluminar. Os nossos pés estão limpos e nos contentamos com isso, ignorando o fato de que os pés dos nossos irmãos estão cansados e sujos do caminho. Em Cristo recebemos novas sandálias para suportar o ide e resgatar o abandonado, libertar os cativos, alimentar os que tem fome, guiar os perdidos e ir no meio da imundice buscar e abrir os olhos de quem o mundo desprezou. E essa foi a exortação do pai a mim, me guiando ao amor.
E ao resgate.
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