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O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI


Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada.
Mateus 5:13




 Toda vez que encontro alguém desanimado na fé, eu aconselho a encontrar um propósito — aquilo que vai dar sentido à sua vida, ao seu chamado e qualquer renúncia ou esforço. E se a pessoa já conhece seu propósito, aconselho retornar a ele. 
 Deus nos formou. Ele conhece cada terminação nervosa do nosso corpo e certamente sabe onde nós nos encaixamos. Uma vez no mundo, nós somos roubados e descaracterizados; assim perdemos a nossa identidade. Perdemos o que o Senhor preparou para nós: o propósito
 Lembro de ver na TV quando criança, um homem condenado a cem anos de prisão e eu concluí sem nenhuma dificuldade que ele iria morrer ali, foi então que eu comecei a questionar o sentido de tudo. Por que nascemos? Qual o sentido de nascer-crescer-morrer? O que vem depois? Chorei muito nesse dia. Era tudo vazio, sem forma, sem resposta e sem sentido como um filme infinito, preto e sem som. 
 Anos mais tarde eu fui encontrada pelo evangelho e continuei não tendo todas as respostas, mas naquele momento eu sabia quem eu era e o que eu estava fazendo aqui. Descobri nesse processo que não existe coincidência, fatos que ocorrem ao acaso ou linhas que se cruzam sem querer. 
 Jesus me permitiu conhecê-lo e reconhecê-lo em tudo o que eu fazia e desta maneira eu fui me ajustando, não aos meus talentos, mas principalmente, aos meus dons. Aos dons que ele quis me dar. Assim eu entendi o que era o corpo de Cristo e como cada um tinha uma função primordial para o funcionamento saudável do restante dos membros. Entendi o que era ser intencional
 Toda vez que eu fico algum tempo sem fazer aquilo que eu fui chamada para, eu entro em uma espécie de estagnação. Eu consigo adorar, buscar, sentir, mas eu não me sinto viva. Parece que tem alguma coisa errada comigo, mas não consigo localizar o que é; como se estivesse tudo bem, mas alguma coisa está fora do lugar. Algo não parece certo. 
 Percebi o contraste da semana em que eu exercia a vontade de Deus permitindo que ele me usasse, para a semana em que eu somente cumpria com as obrigações de escala e agenda. Em apenas uma delas eu experimentava o que era ter Cristo vivendo em mim.
 Quando Jesus diz que sua comida é fazer a vontade daquele que o enviou e concluir a obra, ele sabia o seu propósito. Ele tinha fome e era constantemente alimentado enquanto cumpria a vontade de Deus. Ser sal da terra e luz do mundo é a refeição mais rica de vida que você jamais experimentou.  
 Uma lâmpada fica no alto para iluminar a todos e não escondida. O sal precisa de seu sabor para fazer diferença onde ele toca, caso contrário não serve para nada. Assim também acontece conosco. As pessoas que nós conhecemos e o lugar em que nós estamos fazem parte do plano de Deus que não pode ser frustrado, por isso precisamos estar abertos para sermos instrumentos da sua vontade. 
 Diariamente vejo pessoas se camuflando em ambientes e em companhias; elas se adaptam ao que encontram e se conformam com o que há. Mas quando se trata dos filhos de Deus, que foram chamados para fazer a diferença, é necessário ter uma posição de consciência a respeito do que o Senhor quer fazer ali, pois o propósito é algo particular e intransferível, algo que só você pode fazer.
 Se eu estou em um ambiente onde todos são porta e eu sou chave, eu vou abri-los. Se você está em um lugar onde todos são flores e você é água, regue-as. Sejamos intencionais. Apropriemo-nos de quem somos e do que temos que fazer. Existe mais. Sempre tem mais. É tudo mais profundo do que parece ser, mas nós só vamos descobrir quando estivermos no lugar certo.
 No nosso lugar. 


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